segunda-feira, março 28, 2005

Reflexão após a primeira "tareia" da época-2005

Ainda o Torneio em Espanha

Depois destes resultados o que vão fazer os responsáveis federativos?

Muito provavelmente o costume, ou seja, o blá, blá do costume: «é preciso terem resultados porque assim não voltam lá fora...» (mudam-se os tempos, mas as mentalidades, essas são difíceis de mudar).

Vamos continuar a enganar os nossos patinadores com provas destas que só os desmoralizam?

A Federação portuguesa (ou melhor, os seus dirigentes) estará interessada no sucesso da patinagem artística, verdadeiramente?

Este "status quo" interessa a quem?

Estarão os dirigentes interessados na formação de uma equipa capaz (com gente idónea e com provas dadas) para lutar internacionalmente contra os melhores (leia-se: italianos e espanhóis)?

Veja-se apenas um pequeno exemplo de estágios (as diferenças são muitas):
em Itália: Coordenação da responsabilidade Sara Locandro e do comissário técnico Antonio Merlo, os técnicos da federação treinam as várias vertentes técnicas de figuras obrigatórias, livres, preparação atlética e coreografia. Inscrição aberta aos primeiros 130 pedidos de inscrição.

em Portugal:
Treinos de livres/
não há treino físico/
não há treino de coreografia.
Não há técnicos da federação portuguesa a treinar as várias vertentes técnicas.
Apenas um técnico da federação italiana (que não acompanha o trabalho dos atletas portugueses) vem dar o estágio.
Coordena os treinos a seleccionadora portuguesa (que praticamente só contacta com os atletas durante o estágio)
Não está aberto a qualquer inscrição de atletas, só vão os escolhidos pela federação.

A agir assim as gentes federativas parecem só ter um pensamento: resultados.
No entanto, pouco fazem para ter esses resultados (e na minha perspectiva deficientemente) .
Querem colher frutos (que até não são deles) sem rever métodos de trabalho.
Não se deve viver do passado. Para mais quando as classificações obtidas foram fruto de determinada conjuntura irrepetível.

O mais difícil é, ano após ano, estar à frente da concorrência e obter os primeiros lugares.

Por melhores atletas e técnicos que Portugal possa ter, se continuar a agir desta forma, não mais conseguirá afirmar-se contra organizações (fortemente organizadas e lideradas) como a italiana e agora a espanhola.

Do meu ponto de vista: A participação dos nossos atletas internacionais nestes eventos só será benéfica se algo mudar internamente.
Caso contrário, são os próprios patinadores que acabam por desistir ao sentirem que nada podem fazer e que continuarão a ser "esmagados" pela concorrência numa próxima competição.

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