quinta-feira, setembro 11, 2008

Carta aberta à Direcção da Federação de Patinagem de Portugal

Um estimado leitor endereço-me o seguinte texto, solicitando que todos o remetam para o mail da FPP:

Exmos. Senhores,
Enquanto contribuinte e cidadão português, o qual também co-participa financeiramente (através dos seus impostos) para essa Prestigiada Instituição de Utilidade Pública, solicito que analisem a convocatória para Taça da Europa 2008 atendendo às seguintes premissas, as quais me parecem razoáveis e lógicas:
- A prática desportiva constitui, ou devia constituir, a forma privilegiada para o franco relacionamento entre todos os praticantes, técnicos, dirigentes e instituições, sendo a Direcção da Federação o órgão, por excelência, para dirimir e obter explicações de algumas selecções manifestamente injustas e incongruentes com aquilo que se vai fazendo ao longo de anos, contribuindo dessa feita, para pacificar a modalidade e retirar margem àqueles que só vêm conluios e compromissos escusos.
- Os atletas são os principais motores de qualquer política desportiva e, por isso, merecedores de todos os incentivos e respeito pelo esforço que desenvolvem, pois perseguem com estoicismo a sua prática, sempre acreditando na isenção dos órgãos decisores, os quais lhe reconhecem o seu trabalho de excelência nas diversas prestações competitivas;
- Parece ser o caso da Iniciada Mariana Souto e da Cadete Iara Rocha que, inexplicavelmente, após duas participações internacionais, foram excluidas da selecção para a Taça da Europa 2008, na especialidade de Solo Dance;
- Esse reconhecimento, quando suportado pela superioridade das suas prestações em prova, consubstanciado na conquista em várias épocas de títulos, quer a nível distrital, nacional ou internacional, deveria ser efectuado através de elementos que não criassem incertezas nas condições para se integrar uma qualquer Selecção Nacional.

Face à selecção agora tornada pública podemos dizer que o que seria pacífico em qualquer modalidade, na Patinagem Artística é uma Utopia. Pelos vistos, outros valores se levantam…
Qualquer cidadão entende que uma prestação condigna duma representação nacional, qualquer que seja a modalidade, em certames internacionais, como é o caso da Taça da Europa de Patinagem Artística, deve integrar os melhores, até porque em época de parcos recursos financeiros, manda o bom senso que, em nome do rigor de gestão económica, as opções se direccionem para a escolha dos melhores.

Será isto pura demagogia?

Com esta convocatória para a Taça de Europa de Patinagem Artística ficamos com a estranha sensação de que a Patinagem Artística vive num Mundo ao contrário. Parece o viver do faz de conta. Seleccionam-se os menos dotados em detrimento dos que, pelos resultados obtidos ao longo de épocas, podem garantir classificações de qualidade. Subverte-se, enfim, o objectivo do colectivo. Em vez da qualidade, não sabemos bem em que se aposta ...

Lamentamos que não haja ninguém na estrutura federativa, Gabinete Técnico, Comité, Direcção, que não seja capaz de se aperceber destes constantes atropelos aos nossos jovens atletas.

Como não foi tornado público e por isso não se sabe (os próprios também não) quais os critérios que estiveram na base da exclusão das atletas internacionais Iniciada Mariana Souto e da Cadete Iara Rocha da Selecção Nacional na “Solo Dance”. O que sabemos, é um facto comprovado pelos números, é que o principal critério que devia ter sido ponderado foi, vilmente, desprezado: o critério da qualidade e da excelência. As atletas em questão, para quem ainda não se apercebeu, são, simplesmente, as melhores atletas do País nos diversos escalões por onde passaram na vertente de "Solo Dance". Sendo frustrante tanto para elas, como para quem, diariamente as acompanha, não lhes ter sido reconhecida essa supremacia.

Haverá tempo para reparar esta Injustiça? Não é difícil, bastando, tão só, usar o bom senso e agir em conformidade com o espírito desportivo, integrando as duas atletas na comitiva que irá representar o nosso País, para benefício de todos nós.

É chegado o momento de, também aqui, se tomarem decisões que invertam definitivamente a percepção da opinião pública de que este tipo de coisas só acontecem por eventuais tráficos de influências e da crescente ideia da prevalência das relações pessoais em prejuízo do bem comum.
Parece ser razoável dizer que a senhora seleccionadora nacional escolhida pela Federação até poderá reunir a confiança de quem a escolheu, mas há já muito tempo que perdeu a confiança da maioria dos agentes desportivos.

Enterrar a cabeça não resolve os problemas, pelo contrário agrava-os.

Neste contexto, deverá a Direcção da Federação devolver a credibilidade à Patinagem Artística sob pena de ficar enlameada por actos desportivos pouco transparentes.

Sem outro assunto de momento,
Nuno Carreira

1 Comments:

Blogger Andreia Nunes said...

...Provalvente algo correu mal...Acontece também aos melhores! Deveriam se mentalizar nisso...Boa sorte para a a próxima...

1:57 da tarde WET  

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