segunda-feira, junho 18, 2007

Os Grandes Homens Lusitanos

Somos um país feito de gente habituada a pensar à dimensão do seu quintal, que usa todo o tipo de manhas e de artimanhas para salvaguardar os seus interesses locais ou distritais. Não fomos educados a pensar à escala do interesse nacional. A nossa pequenez intelectual, o egoísmo e a inveja têm ajudado a amordaçar o nosso pensamento e, consequentemente, a nossa acção.
Não somos capazes de pensar no País, de servi-lo desinteressadamente… E até aqueles que se dizem “iluminados” irradiam uma luz desconexa e errante…

O individual sobrepõe-se sempre ao colectivo. Mas nem sempre fomos assim. A nossa História relata factos que nos faz pensar que já fomos servidos por Grandes Homens Lusitanos (atenção: quando falo em Homens, estou também a incluir o género feminino).

Vem isto a propósito das constantes guerras que tenho assistido entre “treinadores VS juízes”, “clubes VS associações”, “federação VS associações”, “clubes VS federação” e “clubes VS juízes” (não ponho aqui os pais, porque apesar de muitos serem instigadores, a verdade é que a maioria dos pais são pessoas de bem e esforçam-se -só Deus sabe como- para dar o melhor aos seus).

Já tenho dito – e reitero - muitos criticam, mas ninguém se disponibiliza para nada. Para melhorar o que dizem estar errado.
Do meu ponto de vista, este é um dos grandes problemas do país onde a patinagem artística está inserida. Ou seja, como já deixei dito, não é específico da patinagem.

Está na moda zurzir em tudo que mexe. A grande maioria está contra tudo e contra todos. Uns reclamam excesso de autoridade. Outros falta dela. Uns olham só para o seu umbigo. Outros alheiamente criticam umbigos.
Ninguém apresenta soluções viáveis. Ninguém faz nada viável. Eu, naturalmente, incluído…

Por razões óbvias, fruto da minha saída, tenho agora uma outra perspectiva da modalidade. Ao longo da minha vida na Patinagem (mais de duas décadas) assumi várias funções na modalidade. Enquanto atleta. Enquanto treinador. Já fui dirigente de clube. E, enquanto juiz.
Ou seja, tenho uma pequena e modesta vivência que, eventualmente, me dará uma visão da patinagem. Muitos não concordarão com ela. Outros pensarão que está ultrapassada.

Ao longo desse tempo tenho tentado ajudar, umas vezes de forma errada, outras de forma incompreendida. Mas, mesmo tentando ajudar, há quem tenha sempre uma pesada pedra na mão… Quem tenha e apenas veja a sua razão e que está-se a borrifar para a dos outros.

Cada um de nós vive com a sua verdade e alimenta-se dela, até à exaustão. Não ouve, berra. Esse é também um problema mais profundo.
Poderá ser falha (in)consciente de comunicação. Todos estão interessados enquanto emissores, poucos estão disponíveis enquanto receptores.

Ingenuamente, ainda, ando à procura dos possíveis caminhos para isto melhorar.

Às vezes fico com a sensação que quem poderia (e deveria) ter um novo pensar, uma nova acção (porque no discurso assumido parece ser esse o fim), são aqueles que, estranhamente, poderão trazer mais do mesmo…
Será que está cá dentro?
Será que é mesmo um problema de software... de Software dimensionado para o quintal?
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