quarta-feira, maio 11, 2005

Confissões

Há pessoas que marcam a nossa vida. Tenho tido o privilégio de encontrar certas pessoas que me marcaram muito positivamente a minha vida.
Neste momento, tenho necessidade de publicamente manifestar o meu apreço e admiração por uma pessoa que, ao longo de uma década, vi crescer como homem.
Existem muitos treinadores que marcam os seus atletas. O inverso também é verdade. Ou seja, existem atletas (infelizmente poucos) que marcam os seus treinadores.
Posso dizer que o Hugo foi e é uma pessoa que me marcou, e marca, como Homem. Tenho tido o privilégio de trabalhar com ele. Ao longo de dez anos, enriqueci cada dia que passou.
Por tudo, muito obrigado. Por tudo...

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis. E um exército de professores explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um po tro de competição. Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho, as quecas de sonho. Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima. Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!

6:30 da tarde WEST  
Anonymous Anónimo said...

Profundo. Muito profundo.
Felizmente, eu tenho filhos.
E acredito que a excelência pode ser uma forma de felicidade...

12:23 da manhã WEST  
Anonymous Anónimo said...

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos ficariam a ter essa visão da vida que a colega tem?!!
deus me livre disso. prefiro os tio patinhas, e a gallatica.
o fim ultimo da vida é a honradez com que se viveu e o profundo elevar do espírito....qt à felicidade: se calhar é por todos acharem que é o fim ultimo da vida, que meio mundo anda a prozac, e outro meio enterrado em sonhos revistos nos vizinhos do lado.
Temos de crescer mais e ler menos estórias. porque se de estórias falamos, que sejam divertidas.

12:53 da manhã WEST  
Anonymous Anónimo said...

Tenho muito respeito por todas as opiniões. Esta última é paradigmática...
Fiquei com a sensação que quando o colega fala dos clássicos deverá estar a falar dos clássicos de banda desenhada :).
O seu mundo, não é certamente o meu mundo. Por isso, estamos em registos diferentes. Já ouviu falar de Homero, que obra escreveu?
Esta sim um clássico...
Quanto ao prozac, cada um fala do que sabe...

Essa prosa do crescer, reflecte a necessidade de um espelho. Não sou quem o diz, é a psicanalise.

Há gente que quando escreve transmite de imediato o seu grau de crescimento intelectual.
E, mais vezes do que seria necessário, lá andamos nós em pontas, a tentar dar uma imagem transvestida de sapiência oca e virtual.

4:42 da tarde WEST  
Anonymous Anónimo said...

Embora não tendo filhos como diz, todos nós necessitamos de nos sentirmos úteis e legarmos conhecimentos. Mesmo que não sejam os seus filhos.
O seu mundo na verdade não é o meu. Amei e sou amado. E dessa experiência nasce a visão pacificadora e global. Não necessito de Homero nem de Camões para viver sensações.
A psicanálise diz muita coisa sobre a grandeza e o tamanho. E o tamanho da felicidade tem a grandeza do mundo. Não dos pequenos.

7:52 da tarde WEST  
Anonymous Anónimo said...

Ah! E não me chame "colega"! Porque, que eu saiba, para fazer parte da minha classe (engenheiro) ainda tem de construir bastante.

2:27 da manhã WEST  
Anonymous Anónimo said...

Parafraseando-o:

"Há gente que quando escreve transmite de imediato o seu grau de crescimento intelectual.
E, mais vezes do que seria necessário, lá andamos nós em pontas, a tentar dar uma imagem transvestida de sapiência oca e virtual."

...Eis o que vossa excelência chama a (and i quote):

"Tenho muito respeito por todas as opiniões".

And i rest my case with:

"Em pontas andam os galos,
e do poleiro alto cantam.

Andar em pontas tentam as galinhas,
e traiem-se mais que as vizinhas"...

Em "Os devaneios de Homero"

2:36 da manhã WEST  

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