quinta-feira, maio 12, 2005

Entrevista Tanja Romano- 4.ª parte

Já és duas vezes Campeã do Mundo Sénior. Que objectivos tens agora na patinagem?
Creio que, ainda que ganhei bastante nestes anos, posso ganhar ainda muito, e posso aprender ainda muitas coisas. Dar-me algo a mim mesma e à patinagem. Como objectivo, de momento, tenho o Mundial de Roma que é importante, importantíssimo. É em casa. Um objectivo de agora é o mundial de Roma. E eu espero patinar até que possa controlar todas as pressões e sobretudo se meu físico me permitir. Porque se continuo a trabalhar com Sandro, duro apenas um ano mais.
Há patinadores, como Scott Cohen, Sandro Guerra, Luca Lallai, Luca D. Alisera, que, além de ser Campeões do Mundo, são recordados na história da patinagem porque contribuíram algo especial a nosso desporto. Como gostarias de ser recordada?
Como sou. Mas não sei. As pessoas me julgarão.
Que relação gostaría de ter com este desporto quando deixares de patinar?
Gostaria de treinar. De facto, agora estou fazendo o curso de treinadores. Se algum clube me quer, pode-me chamar, e já, já
Praticaste outros modalidades, além da patinagem?
Comecei com ginástica artística, quando ... praticamente nasci no ginásio. Meu pai era um ginasta e dava treino. Depois fiz ténis. Desde pequena ia esquiar com a família, não como desporto. E depois já patinagem.
E tiveste ou tens outros gostos?
Sim. Toquei durante oito anos violino, também numa orquestra. Depois tive que decidir entre a patinagem e o violino. Meu maestro de violino queria que tocasse mais horas por dia e não podia fazê-lo de todo. Há já muito tempo que não toco, mas ainda me lembro de Vivaldi. Agora quero fazer piano.
Trabalhas ou estudas?
Estudo. Na faculdade de Ciências da Formação primária, para ser professora na escola elementar. Não fiz muito porque a patinagem me absorve muito tempo, mas vou retomar o curso com calma.
O que gostas de fazer quando não patinas?
Gosto de estar em casa, adoro estar em casa. Sair com os amigos e dedicar um pouco de tempo também a meu noivo.
Podes viver com o que ganhas da patinagem?
Neste momento sim. Mas não ganho muito. No futuro não posso ficar assim, porque ganho pouco.
Qual a tua opinião da patinagem em Espanha?
Os espanhóis são muito bons. Sempre o foram, todos, desde que eu os vejo. Espanha, creio, que é a primeira rival de Itália neste momento. Sobretudo nos últimos anos se vê que estão a melhorar muito, tanto a nível coreográfico como a nível técnico. Todos os atletas, também os pequenos. De facto, creio que Itália tem que trabalhar muito.
Qual é teu prato espanhol favorito?
A paelha.
Como te sentes ante o público espanhol?
São calorosos, muito calorosos. Ademais sempre há muito público. Todos dizem que os campeonatos em Espanha são dos melhores. Em Espanha e Itália é sempre muito bonito.
Que te dizem teus seguidores?
Não sei. Gosto muito quando, depois do campeonato, vêm-me felicitar e me pedem autógrafos. Sou feliz quando se me acercam e me felicitam. É algo que é muito gratificante. Sempre te vemos acompanhada de tua mãe.
Estás muito unida a ela?
Sim, muito. Sempre tem estado à minha beira, desde o início. Nos momentos piores e nos momentos melhores. É uma relação muito especial e creio que é importante ter um ponto de referência. E ela é-o.
Que conselhos dás a um(a) patinador(a) jovem que queira ser Campeão do Mundo algum dia?
Eu digo só que, no desporto em general e em competição, tens que te divertir, divertir sempre, ainda que seja um sacrifício enorme. Porque eu, como todos os demais, passamos muitas horas na pista ou no ginásio, assim não é sempre bonito e divertido. No entanto, eu pessoalmente ainda me divirto ao ir para a pista e treinar-me. Depois, se se quer ser campeão do mundo, tem-se que ter a determinação adequada, os estímulos adequados, e ter grandes objectivos e trabalhar por esses objectivos. E trabalhar duramente, porque se não trabalhas não chegas. E depois, quando chegas a esses níveis, tens que trabalhar ainda mais duro, para te manter, o que é ainda mais difícil.
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