segunda-feira, janeiro 23, 2006

A culpa pela "SATISFAÇÃO" dos Utentes na Patinagem Artistica

Num comentário ao post anterior, se bem percebi, foi referido que se pode analisar a questão da patinagem artística portuguesa sem se olhar para a Culpa (enquanto causa ou consequência de um mal).

Na minha humilde opinião,a analise da culpa não é uma questão despicienda, nem apenas cultural. Não é só porque temos uma formação comum assente numa matriz judaico-cristã (ocidental) que somos conduzidos à culpa e, consequentemente, a um eventual afunilamento das perspectivas. Para mim a culpa (em toda a sua complexidade e nas várias vertentes) deve ser analisada.
A culpa dos dois lados da moeda.
A Culpa dos Dirigentes:
Do lado dos dirigentes falta a consciência das obrigações que lhes estão implícitas relativamente ao serviço público que prestam.
Eles estão lá para servirem, não para se servirem.
Deste ponto de vista, quando alguém assume exercer um cargo público (que mexe com dinheiros da comunidade) deve pensar que a sua acção é dirigida aos interesses de outrem, concretamente da comunidade. No caso da patinagem deve agir em defesa dos interesses dos patinadores e da modalidade.
Nos tempos modernos todos os dirigentes devem ter um grande objectivo “SATISFAÇÃO DO UTENTE”. Entenda-se: Satisfação do maior número dos utentes.
Ora, quando alguém vai para presidente, secretário ou outro cargo vai para trabalhar nos interesses de quem os elegeram. É pois um servidor.
Raros são aqueles que aparecem com um espírito de missão em favor da modalidade.

Quem está lá não pensa no serviço e nas obrigações que estão implícitas ao cargo. Só pensa nos seus direitos (jantares de Natal a mil e tal contos, com lagosta, etc.) e no poder que tem para daí beneficiar. A modalidade não melhora por culpa dos dirigentes que tiram mais beneficios do que dão.

A Culpa dos Utentes:
Do outro lado da moeda estão os Utentes (leia-se patinadores, treinadores e demais intervenientes).
Aqui, parece reinar a insatisfação. E quanto maior fôr o trabalho e dedicação, maior será a desilusão. Quando se conhece outras realidades mais triste se fica. Quando se toma conhecimento (consciência) dos Direitos maior é a sua tristeza e a angustia.
Porém, estes Utentes nada fazem. E nada pretendem fazer. Porquê?
Há muitas razões. Não vou pela cobardia, não vou pela mediocridade. Vou pelos estados de espírito.
Há Espiritos e espiritos, alguns, poucos, exemplos:
Espírito individualista (resume-se nesta frase escutada: “quero lá saber o problema não é meu”)
Espírito vingativo (resume-se nesta frase escutada: “acho mal, a mim também me fizeram isso, agora é bom que aconteça aos outros”)
Espírito ignorante (resume-se nesta frase escutada: “ não sei de nada, não quero saber”)
Espírito confiante (resume-se nesta frase escutada: um dia vai mudar)
Espírito egoísta (resume-se nesta frase escutada: “A minha Vida não é isto”)
Espírito oportunista (resume-se nesta frase escutada: “Quando lá chegar vocês vão ver…” )
Espírito conformado (resume-se nesta frase escutada:” não podemos fazer nada, eles é que mandam).

Outros espíritos haverão…
Disse-me um amigo: “O que me aconteceu na patinagem artistica foi mau demais para ser verdade. Marcou-me negativamente a vida. Não quero, nem desejo isso a ninguém. Não posso permitir que se repita, nem para mim nem para os outros. Quando deixar de patinar tenho a obrigação de ajudar as crianças que se fascinaram pela Patinagem Artistica. Como eu,tiveram uma Paixão por um desporto tão bonito. Viveram depois esse amor com esforço, suor e lágrimas. Porém, caíram num polvo de silêncios e facadas pelas costas. Caíram só porque tinham um maravilhoso Sonho. Candidamente acreditaram nesse Sonho, depois tornado pesadelo. Porque acreditaram. Acreditaram nos adultos. Os que cobardes desistem e vão embora. Eu fico pelos miudos"

São apenas estados de espírito...porém, uma andorinha não faz a Primavera...

Terão os Utentes culpa pelo estado da modalidade?
Nasceu primeiro o ovo ou a galinha?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Até parece mal este post não ter nenhum comment! lolol (Afinal é o reflexo da realidade...)
Pensar é bom. E a liberdade também! Mas para se ser livre é preciso responder pelos nossos actos/escolhas, é preciso ser-se responsavel! E se há coisa que mais há, são pessoas a fugir dessa "responsabilidade", como o diabo foge da cruz!
A situação actual não é fácil, e como em todos os momentos de crise é preciso que se reunam as condições ideias para que se despolote uma revolução.
Por vezes questiono-me se será preciso um novo Salgueiro Maia para liderar esta "revolução" (da patinagem artística portuguesa) mas a verdade é que este tipo de sebastinismo nunca nos levou (aos portugueses) a bom porto!
Está ainda por invertar a solução deste (grande) problema...


p.s-aceitam-se soluções!

12:57 da manhã WET  

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