segunda-feira, novembro 06, 2006

Velhos? Nunca! -Parte2

Quanto à questão dos jovens de 10, 11,12 e 13 anos que contactam com a PA, gostaria que ficassem retidas duas ideias.
A 1.ª ideia é: saber o que cada atleta pretende da PA e, de acordo com isso, ajustar os objectivos.
A 2.ª ideia é: deve-se ensinar o gosto pela PA e seduzir os atletas para o que ela tem de melhor. Fazê-los sonhar...
Devem aprender a gostar da PA nas suas várias vertentes (competitva – espectáculo – laser). Infelizmente não temos em Portugal grandes exemplos para dar aos nossos atletas. Precisamos de referências fortes.

Respondendo agora concretamente às perguntas:
PERGUNTA:Acha que incentivar jovens nestas idades é uma perca de tempo? R.: Não! Muito sinceramente acho que não.
Nos tempos que correm há várias especialidades que permitem o atleta evoluir e ser muito competitivo. Veja-se: Solo Dance, Show e Precisão (é preciso divulgar mais estas ultimas especialidades, que para mim são o futuro).
Vou contar esta pequena história: no Europeu de Show e Precisão em Bolonha (penso que em 2001), assisti a esta fantástica cena: na bancada estavam a assistir os filhos dos atletas em prova. Ou seja, eles estavam a ver os pais a competir em Show e em Precisão. Mais palavras para quê. Por cá, com 16 anos já se é velho, lá fora com mais de 40 anos ainda se patina...

É preciso saber saborear as coisas boas da vida: aprender a amar a PA e usufrui-la.

PERGUNTA:Acha que será melhor indicar-lhes outro desporto? Resposta: Se eles gostam, mesmo, de Patinagem Artística ela pode significar Tudo para eles. Devem escolher um desporto que realmente gostem. Isso é que é fundamental.

PERGUNTA: Ainda se poderão tornar competitivos, no bom sentido da palavra? R.: Obviamente que sim. Em todos os sentidos. Para mim a competição desportiva, quando devidamente explicada e promovida, só faz bem. Só trás vantagens. Entre elas (falo por mim): Dá capacidade para lidar com situações de Stress. Força interior para ultrapassar, positivamente, momentos difíceis. Dá Princípios de Vida e de Relacionamento importantíssimos.
Posso fazer aqui outra confidência (lá estou eu a ir para o campo das emoções!): as minhas maiores amizades surgiram na patinagem.
Enfim, sou um verdadeiro Fã da PA (usando uma expressão agora em moda).
Imaginem só! Imaginem que até casei com uma fantástica e maravilhosa patinadora.

PERGUNTA: Que tipo de trabalho específico pode ser feito para que evoluam mais depressa? Será possível repôr o tempo perdido?
R.: Para mim, é sempre possível repor o tempo perdido. Naturalmente que não tenho receitas milagrosas. «O caminho faz-se caminhando » (parafraseando um escritor).
Do meu ponto de vista, o trabalho específico é muito acessível:
1.º o atleta tem que, verdadeiramente, acreditar nele (atleta).
2.º tem que ter a perfeita consciência de que está temporalmente atrasado em termos técnicos e físico-coordenativos.
3.º tem que querer recuperar (já disse: querer é poder) e saber que todos os treinos têm que ser rentáveis (produtivos e positivos). Não pode andar a perder tempo nos treinos (como eu dizia aos meus atletas que fizeram o favor de me aturar: “todos os dias devemos acrescentar um tijolinho na nossa evolução, para depois no final de uma etapa estar implementado um muro de evolução”.
4.º O atleta deve ter objectivos a curto prazo e trabalhar com o seu treinador esses mesmos objectivos (objectivos realizáveis).
5.º Acreditar em si e trabalhar positivamente, Acreditar em si e trabalhar positivamente, Acreditar em si e trabalhar positivamente.
6.º Fazer um ponto de situação todos os meses para saber se conseguiu o seu objectivo. Se não conseguiu tem que re-ajustar. Se conseguiu: Perfeito! Vamos em frente, sem olhar para trás. E pensar que virão períodos difíceis e que a dificuldade maior está ainda para vir. E que terão de ser ultrapassados com pensamento positivo e … no Acreditar.
7.º O tempo acabará por responder à dedicação e à perseverança. Com motivação podemos conseguir coisas impensáveis.

Só mesmo uma Paixão nos faz correr. Por isso, a PA tem que ser tratada como uma flor muito bonita e frágil (muita água mata, pouca água mata), o equilíbrio…

Nada na vida nada se faz bem feito sem esforço, dedicação e muito, muito Amor.
Fim da 2.ª parte

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parabens, nem eu respondia melhor.
so tenho a lamentar que nem todos pensam assim.

1:15 da tarde WET  
Anonymous Anónimo said...

Que saudades de ouvir estas palavras...

10:15 da manhã WET  
Anonymous Anónimo said...

No campeonato europeu de show, vi uma patinadora espanhola no podium, com a filha ao colo.
Realmente a patinagem não é só saltos e peões. Para mim o mais bonito é o show, a precisão e os quartetos, e os pares que infelizmente cada vez se vêm menos. Que saudades do Filipe Sereno e da Sara Pinto, do Hugo Chapouto e do seu par.
Também era bom que se investisse mais em esquemas. É triste quando convido alguém para assistir a um Festival, e os esquemas que aparecem são sempre os mesmos, geralmente muito fracos. Se o intuito dos festivais é divulgar a patinagem, não acham necessário investir mais um bocadinho na elaboração dos esquemas.
Até porque alguns Atletas não gostam de competir, e seria uma maneira de praticarem a modalidade, por puro devertimento.

10:28 da manhã WET  

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