terça-feira, fevereiro 13, 2007

O Juiz Exigente

Um estimado leitor defende que:
"Não é a facilitar isto ou aquilo que a patinagem progride"

Não tenho essa frase como certa. Aliás, bem vistas as coisas considero-a um erro de perspectiva.

A Patinagem Artistica progride (quando estão a ajuizar provas de promoção e iniciação) com juizes intolerantes (alegamente exigentes)? Penso que não. Antes pelo contrário.
Um bom juiz nada tem a ver com um juiz dito exigente.
Algumas das minhas razões (com base na aberração do cartão verde e do vermelho):
1- prejudicar os atletas porque se é intolerante ao erro, enquanto juiz: Isso sim, isso é que não ajuda a progressão da patinagem.

2- obrigar o cumprimento rigoroso dos regulamentos a crianças de 10 anos, quando os próprios adultos não os cumprem (por exemplo, os juízes não chegam meia hora antes da prova ou vêm fardados como lhes apetece), dá que pensar.
Isso é que não ajuda a progressão da patinagem.

3- ser-se exigente como juiz é: saber as regras e aplicá-las com bom senso e bondade. Ser-se exigente como juiz é: fazer um esforço para compreender o mundo que nos rodeia.

4- Seguramente que não é ser-se intolerante para crianças de 10 anos.
5- Ser bom juiz é interiorizar que apenas saber as regras técnicas não chega.
Quem sabe só as regras técnicas, nem essas regras sabe. Pois, não as sabe interpretar, logo não as sabe aplicar.

6-Quem só olha para os regulamentos (para mais os da patinagem artística que são autênticos abortos) é cego. Pois não vê o mundo como ele é.

7- Reprovar um atleta na prova de promoção só porque ele fez um Choctaw um bocado aberto ( em comparação ao género do da dança) é errar profundamente. Não compreender isto é grave para um juiz.

8- Quem tiver profundos conhecimentos técnicos, mas não for capaz, por insensibilidade ou rigidez de espírito, de compreender o essencial na modalidade não pode ser juiz.

9-Quem não percebe que uma criança de tenra idade naturalmente falha, falha essa desculpável : não pode ser juiz.
10-Quem não percebe que as crianças neste período de aprendizagem da vida são fisicamente inseguras, (e por isso cometem erros de execução). Insisto: erros relativos ao processo de aprendizagem e por isso normais: não pode ser juiz .

11-Quem não perceber o que é estar nervoso e as suas implicações, não pode ser juiz.

12-Quem não compreender que estar com 10 anos no meio de um rinque (por sinal enorme, em comparação com a experiência de vida do atleta), só por si, faz tremer as pernas como varas verdes. Não pode ser juiz.

Enquanto não se compreender isso, não se ajuda a progressão da patinagem.

Todos sabem isto: Ajuda na progressão da modalidade o bom senso.
O contrário de rigidez é a adaptabilidade.
Capacidade de ajuizar de forma coerente os diferentes estilos e atletas de todos os escalões e nos vários graus de aprendizagem, é o verdadeiro desafio de um verdadeiro Juiz.

Há diferenças enormes entre bons juízes e aqueles que falham na maioria dos domínios mais importantes da competência do ajuizamento.

Os juízes em Portugal nunca pararam para pensar.
O que se nota na maioria dos casos, e que demonstra uma fraqueza fatal é na arrogância demonstrada.

Vem-me à cabeça isto: Princípio de Peter: Demasiada Universidade, pouco Jardim-infantil.
Sem pretender ofender e com todo o respeito por opinião diferente: o Principio de Peter ajuda a perceber como é que tanta gente agressiva, sem ideias e totalmente inepta a compreender o mundo, se encontra em lugares de responsabilidade.
Os juizes de patinagem em Portugal devem-se questionar. Devem perguntar qual é o seu papel na modalidade
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