O Blog feito pelos leitores: Alguém quererá fazer o favor de explicar?

Uma estimada leitora fez o seguinte comentário:

«Serpa, Outubro, 2006
Campeonato de Solo Dance.
Supostamente de Solo Dance, porque momentos houve em que a minha lucidez de observadora atenta, se questionava à procura da adjectivação correcta: Solo Dance, Taça Show ou Exibicionismo Puro e Duro, deslumbrando os pobres de espírito ajuizadores e personagens principais para a motivação ou desmotivação de atletas?
Alguém me poderá explicar quais os critérios de avaliação desta modalidade??
Serão os fatos dos participantes?!
A quantidade de pedras, pedrinhas, missangas e afins?!
Os penteados, com mais ou menos rócócós?!
A linguagem gestual ou contorcionista, camuflando falhas tecnicamente específicas ou, simplesmente, a inexistência de técnica?!
E se assim é, se são estes os factores que determinam a classificação a atribuir por que raio hão-de os atletas suar as estopinhas corrigindo e insistindo no chassé, cross-roll, swing, e por aí adiante....
Como me explicam as discrepâncias objectivas entre os juízes na hora da decisão classificativa?!
Qualquer avaliação tem uma componente subjectiva implícita, reconheço. Porém, no caso concreto, se a subjectividade se impõe como adivinhar o lado correcto que o patim há-de traçar?!
Se a subjectividade se impõe, porque pessoal, então será tarefa quase hercúlea agradar a gregos e a troianos, principalmente quando denotam uma incompetência aflitiva e constrangedora.
Será que neste mundo sobre rodas existe também um "patim dourado"?!!!!!

Como é sabido, existem regras bem especificas nas várias modalidade da Patinagem Artística (apesar de muitas vezes não parecer).
O aspecto subjectivo prende-se com o lado estético da modalidade, mas não só.
Quase sempre surgem problemas ao nível dos critérios dos julgadores.
Tenho observados critérios errados (outras vezes o critério é mesmo a falta dele). Mau de mais para ser verdade. E as coisas não melhoram de ano para ano.

Com mágoa, posso dizer que: apesar de Portugal ter mais Juizes internacionais do que tinha há 10 anos, o ajuizamento em Portugal continua MAU. (desculpem-me esta frontalidade)

Quem sofre com estes maus ajuizamentos? As crianças, isso é mais do que certo. Mas acima de tudo a Patinagem Artística, como modalidade que tem que ser reconhecida ao nivel das demais modalidades desportivas. A Patinagem Artística tem tudo para ser uma disciplina Olimpica (Beleza, Movimento, Cor, Virtuosismo, Espectacularidade).
Quem defende a modalidade?
Por isso defendo, há longos anos: no início de cada época deve haver uma reunião entre juízes e técnicos para estabelecerem o essencial do acessório. Respondendo apenas às seguintes perguntas:
O que deve ser concretamente avaliado?
O que deve ser verdadeiramente penalizado?
[Por exemplo: em Espanha existe uma tabela (para livres) onde se fixam as cotações de cada exercício: executado/deficientemente executado/mal executado/não executado, quem sair dali: leva]

Infelizmente por cá nada é feito. Antigamente pensava que a culpa desta situação dos maus ajuizamentos existiam porque as pessoas que lá estavam nunca tinham praticado patinagem e por isso não tinham qualquer sensibilidade para o fenómeno desportivo da Patinagem Artística.
Confesso que hoje, pelo que tenho assistido, mudei de opinião. Há antigos atletas que são, demasiadas vezes, muito piores, porque lhes sobram a sapiência e falta-lhes o essencial de cada pessoa: razoabilidade e ponderação na avaliação (alguns rectidão e ética).

De quem é a responsabilidade de todos os anos nada se fazer?
Para mim: são os responsáveis pelos juízes (não basta convocar é preciso mais. Muito mais), porque são uma entidade autónoma dentro da estrutura federativa com obrigações para isso (formar e avaliar).

Já não quero falar dos constantes ajuizamentos errados e de má-fé que somos obrigados a assistir. Mais indignados ficamos quando é pela mesma pessoa.

Estas condutas minam os alicerces e a credibilidade da modalidade.

Do meu ponto de vista, os responsáveis pela modalidade não estão interessados na credibilização da Patinagem Artística. Gostam de viver nesta confusão medíocre

Quanto à pergunta: Neste mundo sobre rodas existe também um "patim dourado"?

A minha resposta é a seguinte: Eu não acredito em Bruxas. Mas que as há, isso não tenho dúvidas.