quarta-feira, janeiro 30, 2008

Reciclagem

Realiza-se no Luso, nos próximos dias 16 e 17 de Fevereiro a Reciclagem Anual de Juízes de Patinagem Artística.

ALTERAÇÕES FIGURAS OBRIGATÓRIAS


Encontra-se publicado no site da FPP um documento que se intitula “ALTERAÇÕES FIGURAS OBRIGATÓRIAS”

Verdadeiramente não se tratam de alterações às figuras obrigatórias, como o título poderia sugerir.
São, isso sim, fixação de regras para execução (por parte dos atletas), para consequente analise e valorização pelos juízes.

O documento não é muito esclarecedor. Mesmo nada, aliás. É do tipo telegrama, só falta dizer, no final de cada frase STOP.
Por exemplo, no “três” refere: “sobre o eixo longitudinal”. Pergunta-se e no duplo três?
Quando refere: “marca sobre a linha” também não concretiza o que quer dizer com isso.

Ora vejamos o texto:

Três
Viragem sobre um pé, de um rodado de frente para o rodado oposto para trás (ou vice-versa), com a rotação a ser efectuada na mesma direcção do rodado inicial.
Apontado para o interior do círculo.
Sobre o eixo longitudinal.
Profundidade de 1/2 patim ou um pouco mais.
Marca sobre a linha.
Largura de 1 patim.
Velocidade de entrada igual à velocidade de saída.
Viragem suave, sem puxões ou paragens.
Mínimo 3 rodas no solo.

Contra-três
Viragem sobre um pé, de um rodado de frente para o rodado oposto para trás (ou vice-versa), com a rotação a ser efectuada na direcção oposta à do rodado inicial.
Apontado para o exterior do círculo.
Sobre o eixo longitudinal.
Profundidade de 1 roda ou um pouco mais.
Largura de 1 patim.
Velocidade de entrada e saída uniforme.
Viragem suave, sem puxões ou paragens.
Mínimo 3 rodas no solo.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Show e Precisão e as regras técnicas


Duas distintas Treinadoras enviaram-me os seguintes e-mail´s (agradeço a amabilidade), os quais passo a transcrever:
«Verifiquei que no mesmo regulamento (técnico) está uma alteração relativamente patinagem de Show e Precisão.
Na página 35 diz "Os patinadores têm de pertencer a um clube federado na FPP. Os grupos podem ser constituídos por patinadores pertencentes a clubes diferentes. Todos os participantes devem estar inscritos pela Federação Nacional.
Embora concorde com esta alteração, isto já não tinha sido discutido e aprovado


«Não devemos todos partir do pressuposto de que o regulamento de 2008 está correcto? (penso eu que deve ser assim). Refiro-me especificamente à matéria de show e precisão, até porque em nome da segurança e estabilidade dos clubes e expectativas dos atletas e treinadores parece importante que este novo parágrafo não venha a ser alterado, uma vez que já há clubes que estão a trabalhar em conjunto... A minha questão é a seguinte: Depois de lançado o regulamento é possível este ser revogado ou alterado?»

Uma coisa parece certa:
Este (como qualquer outro) regulamento técnico não pode violar os demais regulamentos e os estatutos (ou regulamentos estatutários), os quais têm, digamos assim, uma "maior força hierárquica" (desde logo são aprovados em Assembleia-Geral da FPP).

A questão que levantei inicialmente ter a ver com matéria estritamente disciplinar que, do meu ponto de vista, deverá ter como documento regulador aplicável o Regulamento de Justiça e Disciplina da FPP. O Regulamento Técnico não pode "inventar" castigos, deve apenas estabelecer regras técnicas e normas de pontuação.
No domínio dos "castigos e penas disciplinares", há regulamentos próprios aprovados pela Assembleia Geral da FPP.
Por essa razão, aquela "nota importante", em Portugal é ilegal, porque impõe uma penalização por via de uma nota (?) técnica (?).

Ainda visto de outra perspectiva, penso que a referida nota estará mal traduzida. Porque o que o Regulamento CIPA v 4.2 diz é uma coisa ligeiramente diferente: não fala em expulsão do pavilhão. Mas da zona do rinque.

Mas, pergunta-se, aquela regra é de aplicação imediata na nossa modalidade?

Penso que não.
Teria que constar no artigo 15.º do regulamento da Patinagem Artística, no n.º 2: Não gritar e/ou dar instruções aos seus atletas durante uma prova.

(Já agora falta estabelecer neste Regulamento da Patinagem Artística – no n.º 1 do art.º 15- que os Treinadores têm direito: entrar em rinque e/ou zonas de acesso restrito aos atletas para dar instruções aos seus atletas durante os treinos ou aquecimentos oficiais)

Voltando às regras de aplicação imediata, estas de aplicação imediata, são apenas as regras técnicas.
Isto porque o artigo 2.º do Regulamento de Patinagem (mesmo na nova versão) fala apenas nas regras técnicas. No n.º 2 diz: “são adoptadas as regras técnicas que sejam dimanadas pelas seguintes entidades internacionais…». No n.º 3: «Quando as entidades internacionais referidas no ponto anterior aprovem ou alterem normas técnicas da Patinagem Artística - que, no todo ou em parte, disponham de forma diferente do estabelecido neste regulamento - são imediatamente adoptadas pela FPP.


Outra questão é do Show e da Precisão:
Parece-me que estaremos perante uma lacuna. Ou seja, em termos regulamentares existe uma situação omissa, atenta a especificidade das disciplinas de Show e Precisão e da própria Patinagem Artística.
Veja-se que uma equipa de precisão vai até aos 24 atletas. Os grandes Grupos de Show poderão ter um número ainda maior. No hóquei esta quantidade de atletas é impensável… Por isso, não se pode olhar para as regras do hóquei.

Defendi, em tempos, que uma Federação que tenha várias disciplinas, como é o caso da FPP, não pode criar um "fato regulamentar" apenas para uma disciplina, sob pena das outras disciplinas ficarem "mal vestidas".

Manda o bom senso que exista uma certa "latitude regulamentar" que permita que todas as disciplinas possam existir e evoluir de acordo com as suas especificidades.
Não nos podemos esquecer que, na Federação e nas Associações ainda existe uma mentalidade um pouco conservadora. Veja-se que, as mulheres somente há pouco tempo tiveram acesso à prática do hóquei. Penso que isto poderá dizer tudo.

Mas, a sensação que tenho é que as coisas estão a evoluir no bom caminho...

Em relação às questões:

no caso concreto do Show e Precisão, não haverá problemas dos Clubes estabelecerem parcerias com vista à participação de equipas de Show e Precisão.

Abriu-se, e bem, uma nova era na modalidade de Show e Precisão. Espero que seja bem aproveitada.


A ver vamos …

segunda-feira, janeiro 28, 2008

ANOTE QUE É IMPORTANTE


O Regulamento Técnico nacional para 2008 já se encontra publicado (in http://www.fpp.pt/).
Para além das últimas alterações técnicas introduzidas, aquando da realização do Campeonato do Mundo de 2007, nada há a referir de substancial.

Porém, este Regulamento Técnico poderá dar que falar… Porquê? porque na página 42 existe uma chamada “Nota Importante”.

Nessa nota, importante, de dois parágrafos, consta o seguinte:
«É proibido a todos os técnicos de patinagem artística gritarem e/ou darem instruções aos atletas durante uma prova.

No caso de tal acontecer, o técnico será retirado do pavilhão e o seu atleta poderá sofrer uma penalização


Ao ler este tipo de coisas vêm-me à cabeça várias perguntas.
A primeira é esta: desde quando esta Comissão, dita Técnica, tem competência (estatutária e/ou regulamentar) para fazer normas de proibição de condutas dos agentes desportivos?
A segunda: será perpotência ou ignorância? ou é algo mais do que isso?

Será que esta “Nota Importante” deveria figurar no adenotário do Desporto Português?

Só mesmo em Portugal!
Grande potencia a nível mundial, não na patinagem artística como alguns pensam, mas do disparate.

Pelos vistos, para esta Comissão não existe o Regulamento de Justiça e Disciplina da FPP. Nem o princípio da legalidade.

Só mesmo esta Comissão Técnica Nacional é que cairia no ridículo de introduzir uma sanção disciplinar, acrescentando (de forma sub-reptícia e ilegal) o elenco das penas disciplinares constantes no referido Regulamento de Justiça e Disciplina.

A dádiva deles é tão grande ao Mundo da Patinagem Artística que se permitem inventar uma nova pena para os treinadores: de expulsão («…o técnico será retirado do pavilhão...»).

Já agora, a nota não diz, mas pergunta-se:
Os Clubes agora terão que pagar seguranças para as provas?
A segurança vai retirar à força o delinquente ?
Ou será um elemento da Comissão?
Quem vai dar a ordem de expulsão?
A Comissão?
E se o técnico não sair porque entende que a ordem é ilegal? E que até não estava a gritar ou a dar instruções?
E se o técnico tiver mais atletas, pode voltar? Ou naquele pavilhão fica impossibilitado de regressar? Durante quanto tempo?
A penalização do atleta será na nota A ou na B? Quantos pontos?
A penalização será ao gosto desta Comissão? Irá ser publicada uma tabela de penalizações?
Se efectivamente tivéssemos a lidar com alguma coisa séria, esta gente já tinha sido elegantemente convidada a retirar-se, há muito tempo, por quem de direito.

Por razões que a própria razão fartamente conhece, este desporto continua a ser para alguns brincarem à patinagem, de forma artística.

Mas, por vezes, o ridículo mata …de nos fazer rir.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

O Caça Talentos

Neste mês de Janeiro está a realizar-se, nas diversas zonas do país, os chamados Estágios de detecção de talentos.

A ideia poderá ser considerada boa, mas na prática, como já a ser executado apenas dá aos "talentosos" uma visão desfocada da realidade da carreira desportiva. Por outro lado, não está direccionada para quem pode ajudar esses miúdos com talento, ou seja o treinador.

Este projecto da Federação tem vários problemas, destaco apenas três problemas:
O primeiro: considero o esquema de escolha demasiado rígido até cristalizado (p. ex. não permitiu que quem evoluísse entrasse a meio). Deveria ser evolutivo.

O segundo problema, tem uma base de trabalho com jovens muito estreita (corre-se o risco de dar a "paranóia" a um miúdo e ficamos sem ninguém porque andamos apenas a trabalhar com dois ou três deles. Já não é aprimeira vez!!!). Não se preocupa com a promoção e incremento da modalidade nestas idades. Eles ainda não sabem, sequer, se querem fazer disto vida. Direcciona a formação precoce o epiteto de "Vedetas". Repare-se que nos critérios mínimos definidos chega-se ao cúmulo de falar em "Excelente". Pergunto: nestas idades andam à procura de quê? Precocemente andam a meter minhocas nas cabeças dos miúdos que mais tarde os levam ao abandono ou à frustação, ao trauma.
(quanto ao incremento da modalidade p. f. ver: www.idesporto.pt/CONTENT/4/4_5/Docs/Filosofia.pdf

http://desportoinfantil.blogspot.com

Terceiro problema:
Não se preocupa com a qualidade dos treinos, isto é, negligência a prática realizada pelos treinadores nos clubes. Querem olhar só para o produto final: os talentos.

O Cristiano Ronaldo foi logo o melhor ou teve que "amargurar" e trabalhar muito para agora estar entre os 3 eleitos?

Podemos ter atletas muito talentosos, mas tudo falhará se não houver treinadores capazes para trabalhar os futuros "diamantes" (sabe-se que um diamante que não seja muito bem lapidado não passa de uma misera pedra sem qualquer valor).

É, por isso, necessário formar treinadores (lapidadores). E formar todos os treinadores que estejam interessados e não apenas quem tem miudos com jeito. Por vezes, o jeito dos miudos só é preceptível mais tarde.

A modalidade não avança de forma sustentada se não tivermos treinadores informados e atentos aos processos de crescimento e maturação dos jovens, às suas motivações para a adesão e permanência na patinagem artística.

Este tipo de acções deveriam alargar a base dos atletas e treinadores (para da quantidade ir buscar a qualidade). Vai logo para a qualidade (inverte a pirâmide).
Deveria ser direccionada para uma sensibilização dos jovens atletas e treinadores das exigências e necessidades do que virá, ou seja o Alto Rendimento.

Para se chegar ao Alto Rendimento existe um caminho longo e dificil com muitos sacrifícios. Mas para se chegar ao Topo só alguns lá chegam.

Este projecto dos Novos talentos não permite crescer em quantidade, dá preferência ao elitismo precoce, não prepara os jovens e seus treinadores para uma carreira desportiva (que se quer longa).

Admito a boa vontade das pessoas responsaveis pelo projecto dos Novos Talentos, mas para mim parece-me que o caminho escolhido é um beco. E bem escuro ...

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