quinta-feira, março 31, 2005

Onde se lê o remador deve ler-se "o atleta de patinagem"

O remador

Lê-se numa crónica que no ano de 1994 se celebrou uma competição entre duas equipas, uma composta por trabalhadores de uma empresa portuguesa e outra pelos seus congéneres japoneses. Dada a partida, os remadores japoneses começaram a destacar-se desde oprimeiro instante. Chegaram em primeiro lugar e a equipa portuguesa chegou com uma hora de atraso. De regresso a casa, a Direcção reuniu-se para analisar as causas de tão desastrosa actuação e chegaram à seguinte conclusão: Detectou-se que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, enquanto que na equipa portuguesa havia um remador e dez chefes de serviço, facto que deveria ser alterado no ano seguinte.
Em 1995, após ser dada a partida, a equipa japonesa começou a ganhar vantagem rapidamente, desde a primeira remadela. Nesse ano, a equipa portuguesa chegou com duas horas de atraso. A Direcção voltou a reunir e, após forte reprimenda da gerência, verificou-se que na equipa japonesa havia um chefe de equipa e dez remadores, enquanto na portuguesa - em seguimento das eficazes medidas adoptadas em função do fracasso do ano anterior - havia um chefe de serviço, dois assessores da Gerência, sete chefes de secção e um remador. Após demorada e minuciosa análise, chegou-se à seguinte conclusão: O remador é um incompetente!
No ano 1996, como não podia deixar de ser, a equipa japonesa adiantou-se mal foi dada a partida. A embarcação portuguesa, que tinha sido encomendada especialmente ao departamento de novas tecnologias, chegou com quatro horas de atraso. Após a regata, e para avaliar os resultados, celebrou-se uma reunião ao mais alto nível, no piso superior do edifício, tendo-se chegado à seguinte conclusão: A equipa japonesa optara novamente por um chefe de equipa e dez remadores.
A equipa portuguesa, após, uma auditoria e um acessoriamente especial do departamento de informática, optara por uma formação mais vanguardista, sendo composta por um chefe de serviços, três chefes de secção, dois auditores da Artur & Andersen e quatro securitas que controlavam a actividade do único remador, ao qual se tinha aberto um processo disciplinar e retirado todos os bónus e incentivos, devido aos fracassos da competição.
Será mesmo um problema nosso ?

quarta-feira, março 30, 2005

ONDE ESTÃO OS CAMPEÕES DE PORTUGAL? QUAL O SEU PAPEL NO DESENVOLVIMENTO DA MODALIDADE?

Antes de mais, não posso deixar de exprimir o entusiamo que é iniciar-me nesta actividade de blogger. Ainda por cima, num blog de temática tão especial que é “A patinagem em Portugal”. E por isto, pela iniciativa, pelo empenho e pela coragem, o meu obrigado ao PATINADOR!
Consciente da situação da patinagem em Portugal, nas diversas realidades que a constituem, não posso deixar de comentar as últimas palavras do post anterior: “são os próprios patinadores que acabam por desistir ao sentirem que nada podem fazer”!
A verdade é que ao olharmos para a situação actual da patinagem portuguesa, reparamos que o escalão a priori mais competitivo e mais interessante, e "quiçá" o mais numeroso – o escalão sénior – se encontra quase que em “extinção”.
Parece-me que este facto é significativo, metaforicamente, da saúde da patinagem artística portuguesa, e necessita de ser alvo de uma rápida alteração e reflexão. Passo a explicar porquê...
Em qualquer desporto (nomeadamente na patinagem) é muito frequente a utilização da palavra TREINO, sem que isso signifique necessariamente o verdadeiro entendimento do seu conceito, isto é, o TREINO como um processo pedagógico planeado e sistematizado, articulado com princípios científicos, tendo como objectivo principal o aumento do rendimento do indivíduo numa determinada actividade, modalidade ou disciplina.Assim sendo, parece-me óbvio que em qualquer desporto o treino, directamente relacionado com o tempo, signifique um dos factores principais – senão o mais importante – do sucesso desportivo.
Deste modo, é fácil chegar à conclusão de que quanto mais se treina, melhores resultados se podem obter. Ora, se treino implica tempo, e se, num processo natural de aprendizagem, são os atletas mais velhos que possuem maior tempo de treino, logo melhor capacidade de desempenho, serão estes os atletas principais da modalidade, como de resto acontece em qualquer outro desporto de competição.Pois bem, todo este discurso, serve para tentar explicar o “porquê” da taxa de abandono (precoce) ou de insucesso dos atletas portugueses relativamente aos demais.
Do meu ponto de vista, este círculo existencial que governa o desporto de competição encontra-se quebrado no caso específico da patinagem artística. Como é que é possível que na nossa modalidade o número de séniores seja muito inferior aos restantes escalões? Como se pode falar em formação? Como se pode exigir resultados e querer campeões se nunca existiu esse tal PROCESSO PLANEADO que nos indica diferentes caminhos para o sucesso da tarefa que empreendemos? um roteiro continuamente em construcção interactiva com a realidade vivida?
ONDE ESTÃO, AFINAL, OS CAMPEÕES DE PORTUGAL? QUAL O SEU PAPEL NO DESENVOLVIMENTO DA MODALIDADE?
Isto é mais uma falha (muito grave!) do “sistema”!
Não posso deixar de salientar a indiferença da federação por estes atletas, diria até, a insensibilidade e a insensatez com que os dirigentes federativos estão a deixar “murchar” a modalidade!
A patinagem artística é um desporto de alta-competição, não é uma actividade social organizada e liderada por modelos parentais!!!
Já é tempo de acabar com este pseudo-desporto que se está a praticar em Portugal!
E para isso, é necessário que seja reposicionado o seu verdadeiro objecto da modalidade – que são os ATLETAS – e não os “pais” que têm vindo a ocupar o governo desta modalidade!
6:04 PM

Assinado por Choctaw

segunda-feira, março 28, 2005

Reflexão após a primeira "tareia" da época-2005

Ainda o Torneio em Espanha

Depois destes resultados o que vão fazer os responsáveis federativos?

Muito provavelmente o costume, ou seja, o blá, blá do costume: «é preciso terem resultados porque assim não voltam lá fora...» (mudam-se os tempos, mas as mentalidades, essas são difíceis de mudar).

Vamos continuar a enganar os nossos patinadores com provas destas que só os desmoralizam?

A Federação portuguesa (ou melhor, os seus dirigentes) estará interessada no sucesso da patinagem artística, verdadeiramente?

Este "status quo" interessa a quem?

Estarão os dirigentes interessados na formação de uma equipa capaz (com gente idónea e com provas dadas) para lutar internacionalmente contra os melhores (leia-se: italianos e espanhóis)?

Veja-se apenas um pequeno exemplo de estágios (as diferenças são muitas):
em Itália: Coordenação da responsabilidade Sara Locandro e do comissário técnico Antonio Merlo, os técnicos da federação treinam as várias vertentes técnicas de figuras obrigatórias, livres, preparação atlética e coreografia. Inscrição aberta aos primeiros 130 pedidos de inscrição.

em Portugal:
Treinos de livres/
não há treino físico/
não há treino de coreografia.
Não há técnicos da federação portuguesa a treinar as várias vertentes técnicas.
Apenas um técnico da federação italiana (que não acompanha o trabalho dos atletas portugueses) vem dar o estágio.
Coordena os treinos a seleccionadora portuguesa (que praticamente só contacta com os atletas durante o estágio)
Não está aberto a qualquer inscrição de atletas, só vão os escolhidos pela federação.

A agir assim as gentes federativas parecem só ter um pensamento: resultados.
No entanto, pouco fazem para ter esses resultados (e na minha perspectiva deficientemente) .
Querem colher frutos (que até não são deles) sem rever métodos de trabalho.
Não se deve viver do passado. Para mais quando as classificações obtidas foram fruto de determinada conjuntura irrepetível.

O mais difícil é, ano após ano, estar à frente da concorrência e obter os primeiros lugares.

Por melhores atletas e técnicos que Portugal possa ter, se continuar a agir desta forma, não mais conseguirá afirmar-se contra organizações (fortemente organizadas e lideradas) como a italiana e agora a espanhola.

Do meu ponto de vista: A participação dos nossos atletas internacionais nestes eventos só será benéfica se algo mudar internamente.
Caso contrário, são os próprios patinadores que acabam por desistir ao sentirem que nada podem fazer e que continuarão a ser "esmagados" pela concorrência numa próxima competição.

Trofeo Internacional realizado no dias 19 e 20 de Março em Noain, Navarra, Espanha

Trofeo Internacional realizado no dias 19 e 20 de Março em Noain, Navarra, Espanha

Para a história desta edição do torneio fica a seguinte:
Classificação masculina:
1 Luca D. Alisera, Italia2 Carles Gasset, España3 Manel Pérez, España4 Javier Cuesta, España5 Pietro Mazzetti, Italia6 Héctor Arco, España7 Bruno Rivaroli, Italia8 Manuel Magalhaes, Portugal9 Fernando Casanova, España10 Fco. Javier Feringan, España11 Pedro Queiroz, Portugal12 Emanuel Egaio, Portugal13 Angelo Vicente, Portugal
Classificação feminina:
1 Laura Sánchez, España2 Alba Pérez, España3 Núria López, España4 Mónica Gimeno, España5 Carla G. Pey, España6 Annalisa Graziosi, Italia7 Katharina Steimkamp, Alemania8 Rosa Mª López, España9 Liliana Andrade, Portugal10 Brisa Nogales, España11 Diana Ribeiro, Portugal12 Isabel Repullo, España13 Sara Ortega, España.
Quando é que se organiza um evento deste tipo em Portugal ? Será possível em Portugal?
Penso que não!

Falei com dois treinadores portugueses que estiveram no torneio (com atletas) e verifiquei que o estado anímico deles estava em baixo.

De positivo destacaram a "armada" espanhola. Na verdade, a Espanha tem vindo, de há uns tempos para cá, a apostar na modalidade de forma planeada. Planeamento e liderança que agora começa a dar frutos.

A Espanha evoluiu muitíssimo... Os italianos já começaram a cerrar fileiras.

Em contrapartida, em Portugal cada um trabalha para si.

Não existe qualquer estrutura de apoio, quer na formação, quer na competição.
Depois desta competição o que ficou de útil para os atletas e para nós reflectirmos? Penso que é necessário falar sobre a modalidade em cada momento.

Caso contrário é o costume: o deserto. O deserto de ideias.

terça-feira, março 22, 2005

Publicidade enganosa no site da FPP?

No referido site lê-se:
Acção de Formação para Atletas e Treinadores – Solo Dance, Dança e Individuais: Realizam-se em Penafiel, entre os dias 19 e 25 de Março, tendo em vista futuras integrações nas Selecções Nacionais. Consulte os atletas convocados e o horário. Os Treinos de Solo Dance e Dança serão realizados no Pavilhão do Parque de Exposições, enquanto que o de Individuais será no Pavilhão Municipal de Penafiel.

Será que a referida Acção de formação é efectivamente para Treinadores?

Existe algum comunicado da FPP a indicar um período de inscrições?

Esta acção foi aberta a que treinadores? Aos que têm curso? Ou a todos que pretendam ser Treinadores?
Infelizmente, não se encontra qualquer referência no site da FPP.

Uma coisa parece resultar deste anúncio, a FPP está a realizar uma Acção de Formação para Atletas e Treinadores. Em termos estatisticos o que vale e o que conta são estes anúncios.

Bem vista a realidade, não há qualquer Acção de formação da FPP para treinadores.

Num país evoluido:
A existir uma qualquer acção de formação para treinadores, estes deveriam ter a possibilidade de se inscrever dentro de um certo prazo e de saber qual é o custo da acção.

Porém, nada é dito. A acção é para alguns treinadores... quais e em que circunstâncias?




Será que estamos perante publicidade enganosa?

O início de uma aventura

Aqui vamos nós começar a escrever sobre patinagem artistica.
Patinagem artística em Portugal e no Mundo.

O objectivo é muito claro: discutir com elevação e pela positiva a patinagem artistica enquanto desporto, enquanto jogos de paixões, de interesses, enfim enquanto modalidade que se "ama".

Certas e determinadas pessoas irão ser convidadas a escrever neste blogue. Cada uma delas terá o seu nick name e dará a sua opinião, criando uma corrente de opinião, que espera dar um contributo na modalidade.

É urgente falar de patinagem. Transparência, indignação e paixão.

Pela positiva e construtivamente este espaço será, sem preocupações de estilo, uma sala aberta à opinião.

Aqui vamos nós para mais uma aventura. Esperemos estar à altura dos nossos leitores.
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