quarta-feira, fevereiro 28, 2007

A modalidade esquizofrenica

A programação da evolução da performance dos atletas a longo prazo deve ter em conta a complexidade e a unidade da modalidade, tal como as exigências específicas que lhe definem o perfil.
Do meu ponto de vista, os testes elementares e o demais testes (distritais e nacionais), apenas necessitavam de uns pequenos ajustes.
O maior erro foi acabar com eles.
Criou-se um Monstro na fase de inicação da modalidade. Na fase de transição dos atletas para nacionais e internacionais existe, agora, uma grave lacuna.
No princípio exige-se demais (em exagero). Depois nada se exige. Estamos perante uma modalidade estruturalmente deformada que nos conduz a uma profunda Esquizofrenia. Levando esta "alteração da personalidade" da modalidade à previsivel desistência de muitos jovens praticantes.
Acertando conceitos:
O processo de treino a longo prazo está, em geral, dividido em diferentes sequências, apresentando cada uma dessas sequências objectivos, métodos e conteúdos diferentes relativamente independentes e uma organização adaptada a uma determinada faixa de idade.

O objectivo do processo de treino a longo prazo é o aumento progressivo das exigências do treino, ou seja, o melhoramento continuo da capacidade de performance desportiva.
Esta capacidade de performance desportiva depende das capacidades físicas, psíquicas, técnicas e intelectuais.

O artigo 7.º do regulamento estipula que:
Para que possam participar em Campeonatos, os Atletas/patinadores de patinagem individual, solo dance, pares de dança e pares artísticos são classificados nos seguintes “níveis de aptidão”:
1. Distrital: Infantis, Iniciados, Cadetes, Juvenis, Juniores e Seniores -Atletas/patinadores que obtiveram o Certificado de Aptidão.
2. Nacional: Infantis, Iniciados, Cadetes, Juvenis, Juniores e Seniores
3. Internacional: Cadetes, Juvenis, Juniores e Seniores

Aqui começa o primeiro e o mais grave problema da modalidade.

Para se chegar ao mais alto nível das capacidades de performance desportiva é preciso que o processo de treino seja programado de forma muito cuidadosa.

Com um regulamento de patinagem como o nosso é uma “Missão Impossível”.

Como é possivel exigir o mesmo certificado de aptidão a Infantis, Iniciados, Cadetes, Juvenis, Juniores e Seniores??
Estamos perante uma incompreensível e violenta exigência para um infantil.
Quem protege estes jovens destes Maus Tratos?
É por estas e por outras que os meus filhos não vão para a modalidade.
Defendo que uma modalidade desportiva deve basear a sua conduta numa formação de pessoas com base no Princípio: Mente sã em corpo são.
A nossa patinagem, infelizmente, não nos conduz a isso.
É triste mas, infelizmente, é a pura verdade.

Somos o país dos exageros, dos extremos. Quem mais sofre com esta montagem esquizofrenica são as crianças que olham genuinamente para esta bela modalidade e candidamente sonham com ela.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

O Certificado do HORROR

Um Estimado Leitor escreveu isto:
«Sou leitor assíduo do blog "A patinagem em Portugal" e, acho muito estranho que o PATINADOR ainda não se tenha debruçado sobre os critérios de avaliação dos patinadores para o CERTIFICADO DE APTIDÃO!!
Gostaria que respondesse a esta pergunta (se possível, no seu/dele blog):É racional exigir os mesmos exercícios a todos os patinadores? Os estádios de desenvolvimento da criança não são evocados? Então acabe-se já com os escalões na patinagem

Caro leitor, obrigado pelas suas palavras e pela pertinência do tema. Realmente é um assunto que salta à vista de qualquer um. Mais uma vez obrigado.
Quanto ao assunto:
Já aqui disse (escrevi) que considero o certificado de aptidão um verdadeiro disparate. Porquê?
A resposta é simples.
Este modelo não atende à natural evolução dos jovens (física, psiquica e técnica).
Faz-me lembrar quando há uns anos obrigavam os pares de dança infantis e iniciados a fazerem danças obrigatórias como a Valsa Europeia ou o Keats Foxtrot. Durante anos a dança não evoluía porque os jovens eram obrigados a patinar algo impossível para eles (passos dificilissimos, atendendo às idades), várias gerações foram obrigados a conviver com aquele aborto regulamentativo.
Durante anos lutei contra esta situação. Só a adesão aos regulamentos europeus nos tirou, felizmente, desse terrível pesadelo. A partir daí até conseguimos títulos na Europa .

Comparo esta horrorosa situação do certificado de aptidão à (referida) da dança de há uns anos. Quem fez isto, coitado, não sabe (acredito na boa vontade das pessoas, mas só isso não chega). Quem fez pensou nisto, provavelmente nunca calçou uns patins. E se os calçou foi só para experimentar, pois as coisas, tal como estão, são uma autêntica aberração.
Como é possível ?

Em tempos, já disse que existe um sério problema na nossa modalidade relativamente aos n/ dirigentes (na altura até, respeitosamente, disse que colocavam "pedreiros" a fazer regulamentos), que se metem em determinadas empreitadas sem os necessários instrumentos básicos.
Neste Regulamento não há uma ideia de coerência e quem sofre são os miúdos.
Alguém já chamou a isto, com inteira pertinência, os Horrores da Patinagem. Eis aqui, claramente, um Horror regulamentativo. Uma Aberração.

Como é possível ? Exigir a um infantil ou iniciado o mesmo que a um cadete ou juvenil, junior ou senior?

A prática desportiva e os estudos mais recentes demonstram, cada vez mais, que as elevadas performances desportivas só podem ser atingidas se as bases necessárias para esse efeito tiverem sido adquiridas de uma forma gradual desde a infância e adolescência. Isto supõe uma programação lógica e sistemática do processo de treino a longo prazo.
Com este regulamento isso é impossível.
Um verdadeiro Monstro Horroroso que prejudica e atrasa a nossa modalidade.

domingo, fevereiro 25, 2007

2.º DIA DO PATINADOR

Sob a coordenação do Gabinete Técnico da APP, realizou-se no dia 19 de Fevereiro de 2007, no Pavilhão de Feiras e Congressos de Penafiel o 2.º Dia do Patinador.

Objectivo do evento: motivar os atletas de formação e melhorar a capacidade técnica ao nível do deslize e da postura. Preparação de uma eventual participação na abertura do Europeu de Show e Precisão Porto/2007.

Taxa de inscrição: custo zero.

Os treinadores presentes trocaram experiências relativamente aos métodos e alguns aspectos do treino da iniciação com vista a acordarem uma certa uniformização nos treinos.

Estágio de Patinagem Livre APP- Carnaval 2007- 17/18/19 Fev.


Com a coordenação do Gabinete Técnico de Patinagem Artística da APP, realizou-se o Estágio de Patinagem Livre nos dias 17, 18 e 19 de Fevereiro.


Treinadores que dirigiram o Evento:
Na vertente de patins: Raffaello Melossi (técnico italiano- treinador do campeão do Mundo junior 2006).

Na vertente física: Professor Ângelo Neto (Licenciado em educação física com experiência na modalidade, já colaborou com a FPP, e actualmente colabora com alguns atletas internacionais no aspecto da condição física).

Local: Pavilhão de Feiras e Congressos de Penafiel.

Objectivo do estágio: melhorar a capacidade técnica de treinadores e atletas na execução de todos os saltos duplos e de piões de avião. Com os atletas internacionais inscritos os objectivos forma ampliados.
Este evento serviu para seleccionar os atletas para o estágio da FPP- novos talentos - a realizar nos dias 3 e 4 de Março.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

LA CONVENTION DELL'ARTISTICO

Em finais de Janeiro de 2007 realizou-se em Itália , através da respectiva FEDERAÇÃO (Federazione Italiana Hockey e Pattinaggio- FIHP) a Convenção de Patinagem Artística . PARA QUANDO EM PORTUGAL?

A convenção da FIHP realizou-se no Centro Federal di Coverciano e teve como protagonistas, na jornada de Sábado, o sector que mais elevou a Federação no ano de 2006: A patinagem artística que recentemente venceu o mundial de Múrcia, na categoria de seniores, 7 medalhas de ouro e 8 de prata.
Partindo deste dado extremamente positivo e do encontro vertical de todos os operadores “periféricos” e dos presidentes regionais, estes prestaram atenção às importantes intervenções dos treinadores da federação Kokorovec, Calzolari, Venerucci e Zizza, que abordaram a problemática técnica e da organização, com as quais se deve ter em atenção quotidianamente.
Segundo a indicação do Presidente da Federação Sabatino Aracu deverá haver uma estratégia comum para lançar e potenciar ainda mais o protagonismo da Patinagem Artística. Por cá e face às selecções parece ser: ACABAR COM A DITA.
Um dos temas mais relevantes que surgiu durante o debate foi o relativo à falta de estruturas idóneas ao normal desenvolvimento de provas e dos campeonatos.
Muito dos intervenientes, especialmente o presidente regional de Toscana, Mário Tinghi, sublinharam a relutância de algumas Câmaras e dos gestores dos recintos desportivos de permitirem a prática da modalidade por considerarem que os patins danificam o parquet.
A Federação, que nomeou uma comissão competente, em resposta a esta lamentável situação, está empenhada em saber os motivos e reunirá os documentos necessários que atestam que, actualmente, os patins não têm qualquer impacto negativo sobre as superfícies de competição.
Uma outra dificuldade é relativa aos Direitos de Autor que os Clubes que organizam as provas têm que pagar pela difusão dos trechos musicais para licenciamento das provas.
O Vice-presidente Kokorovec, está empenhado em nome da Federação, a intervir através do Comité Olimpico Nacional Italiano (Coni), para realizar um acordo para que haja um abatimento dos custos actuais.
Particularmente significativa foi a intervenção da treinadora da Federação Sara Locandro, que aproveitou a presença dos dirigentes, para explicar a necessidade de um plano de entendimento entre a Federação e as demais Entidades que promovem desportivamente a modalidade. Salientou a necessidade da existir uma efectiva coordenação das datas das provas para que surja um bom espírito entre todos para o bem da modalidade.
Foi apresentada uma proposta pelo Comissário Técnico Nacional, Antonio Merlo, que, na óptica da espectacularidade e para aumentar a sensibilidade dos meios televisivos, inclui a concentração, na parte final das provas, os atletas de maior prestigio, que nessas provas competirão para as medalhas, e que irão criar interesse maior e assim encher as bancadas para que nas transmissões se vejam os pavilhões cheios.
Estamos ainda anos luz.... Por cá é sempre o eterno silêncio...
Ninguém discute com ninguém.
Os técnicos estrangeiros que vêm a Portugal dizem que a equipa de patinadores portugueses que esteve no Europeu de Monza tinha qualidades (técnicas e outras) mais do que suficientes para estar num Mundial (para mais aqui ao lado, a meia dúzia de quilometros).
A Federação, estranhamente, não os seleccionou para Espanha! Posso viver mil anos não esquecerei este triste episódio. Espanha mesmo ao nosso lado e nada!
Querem mais motivos para que os miúdos desistam???? É isso? Andam a deitar trabalho fora?Anos e anos a trabalhar para nada? Será que a este nível, estes atletas se satisfazem apenas com vitórias nacionais?Pior cego é o que não quer ver!
Querem acabar com a modalidade?
Agora, vão seleccioná-los para a Austrália? Obviamente que não!
Ou vão os preferidos por serem treinados pelo corpo técnico? Vamos ver...
Alguém está interessado verdadeiramente na Patinagem em Portugal?
Eu, de acordo com as regras da experiência e face ao que se tem passado penso que Não! Lamento dizê-lo.

www.porto2007.com

O Campeonato da Europa de Show & Precisão, de 26 a 28 de Abril, no Porto já tem site : http://www.porto2007.com/
Ou melhor, já tem um local onde, até à data, introduziram apenas um comunicado (n.º1).
Ficamos a aguardar notícias...

CALENDÁRIO EUROPEU DE PATINAGEM ARTÍSTICA 2007

Campeonato da Europa de Show / Precisão- 26 a 28 de Abril - PORTO – Portugal
Campeonato da Europa de Seniores e Juniores - 30 de Julho a 5 de Agosto - GUJAN MESTRAS – França
Campeonato da Europa de Juvenis e Cadetes - 12 a 16 de Setembro - CERDENYOLA C.h. – Espanha
Taça da Europa - 3 a 6 de Outubro -NAZARÉ – Portugal

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Goodbye Camillo Martini

Através do site da FIRS ficamos a saber que, no passado dia 5 de Janeiro de 2007, faleceu o senhor Camillo Martini, de nacionalidade italiana (cidadão do Mundo e amante da patinagem).

Em meados da década de 90, o senhor Camillo esteve em Portugal a ministrar um curso para juízes nacionais, no qual estive presente.

Uma pessoa muito simpática, de trato fino e muito acessível. Pela forma como falava, verifiquei que adorava a Patinagem Artística [lembra-me o saudoso senhor Andrade -o nosso "meio-quilo" (era assim tratado carinhosamente pelos atletas)- que também já nos deixou].

Assisti a alguns Mundiais em que o senhor Camillo era o Juiz-Árbitro: sereno e confiante.

Para aqueles que não conheceram o Senhor Camillo Martini fica aqui o seu currículo desportivo (fonte: CIPA):
1971 a 1973: Juiz Nacional da Federação Italiana
1973 a 1977 : Conselheiro Técnico da Federação Italiana
1977 a 1990: Vice Presidente da Federação Italiana
1980 a 1984 Membro da C.I.P.A.
1984 a 2005 Vice Presidente da C.I.P.A.

Antes de começar com as funções supra referidas ele era um (bom) treinador de Figuras Obrigatórias, Livres e Pares Artísticos.

Quem o conhecia expressa estas belas palavras (tradução livre):
«Não há palavras para descrever a qualidade deste homem que, com a sua personalidade, o seu conhecimento, o seu forte sentido de justiça e correcção e – também - o seu sentido de humor, “gastou” muitos anos a ajudar na evolução e no desenvolvimento da nossa modalidade.
Primeiro como treinador da Federação italiana e depois como membro do Comité da CIPA, que serviu durante 18 anos, ele dedicou-se ao desporto que amava: a Patinagem Artística sobre rodas.
Devemos todos relembrá-lo pela sua cuidada justiça quando tomava decisões (ajuizando em provas) e o seu vasto conhecimento das regras. Toda a gente sentia que estava em boas mãos quando ele estava em funções numa qualquer prova.

Adeus senhor Camillo Martini. Perdendo-o, nós perdemos um bocado da nossa patinagem, da nossa história; mas você estará sempre presente entre nós, no nosso trabalho enquanto juízes, treinadores, patinadores ou dirigentes.
O senhor estará sempre connosco.

Muito, muito obrigado Camillo – por tudo !
»


Esta foram as palavras de Jim Polard – Presidente da CIPA
Margaret Brooks – Vice-presidente CIPA
Norio Iwakata- Membro CIPA
Lorraine Norton – Membro CIPA
Nicola Genchi – Membro CIPA

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Esclarecimentos

Apenas para esclarecer as pessoas interessadas e que gostam da modalidade (escrito num comentário in http://patinar-prazer.blogspot.com/):

Não é verdade que se tenha deixado de poder comentar no http://patinar-artistico.blogspot.com/. Faltar à verdade não é bonito!

Quem quiser escrever no blogue tem toda a liberdade.Continua livre...

Não ando na Patinagem Artistica para me chatear, mas sim por prazer. Como não quero avançar com Queixas-Crime, optei por solicitar, previamente, o registo.

A liberdade de expressão continua. Agora, no blogue Liberdade implica responsabilidade directa: dar a cara (ninguém a quer dar? tudo bem. Não comento).

Terão que se registar e dar a sua opinião, que obviamente será muito útil.

Quanto ao fundo da questão:
Não é verdade que estivesse AGENDADO estágio na APP no Natal.
Na verdade, a proposta apresentada à Direcção da APP pelo Conselho Técnico constava um estágio nas férias de Natal.
Porém, a proposta fui aprovada na segunda quinzena de Novembro. Atenta a próximidade das datas e porque a Sara Locandro já estava comprometida não foi possível o Estágio.
Passou para o Carnaval, com confirmação dela.
Em determinada data, a Federação contactou o Gabriel Quirini para um estágio no Carnaval.
A Sara Locandro deu o dito por não dito e recusou-se vir dar o estágio à APP porque terá dito que não vinha para o mesmo local do Gabriel.
Entretanto foi desviada, oportunamente, para Lisboa.
Para que todos saibam: O Estágio de livres da APP vai-se realizar nos dias 17/18/19 de Fevereiro.
Esperamos que o treinador italiano apareça no aeroporto. Se não vier, vai-se realizar na mesma.
Porque há pessoas com imensa oportunidade, a Sara irá algures para zona de Lisboa. Parabéns aos autores, façam bom proveito!

Tens razão, isto é um problema da patinagem...

QUANTO À PLURALIDADE NA APP(só patinagem artística esta época):
Vejam as pessoas e os grupos de trabalho que fazem parte do Gabinete Técnico.
Só não trabalha com os treinadores quem não quer ou não sabe.

QUANTO AO DEBATE NA APP:
já se realizaram, pelo menos, 5 eventos onde TODOS puderam participar:
1-reunião geral com todos treinadores- criação dos grupos de trabalho.
2-reunião de apresentação do projecto "Talentosos somos todos"
3- Dia do Patinador
4- Acção conjunta (novo Regulamento) com juizes e treinadores
5- Visionamento dos videos do Mundial 2006- com várias pessoas convidadas - a única pessoa que se prontificou foi o Mário Lago que nos valorizou a todos com a sua sensata visão. O Manuel magalhães também esteve, mas atendendo ao adiantar da hora não participou, da forma que merecia - renovo o meu pedido de desculpas.

QUANTO À CLAREZA NA AFIRMAÇÃO DOS PROJECTOS E DISCUROS PARA OS UTENTES:
Ficam a saber que o Gabinete Técnico tem frequentemente COMUNICADO a TODOS os treinadores e dirigentes da APP, via e-mail, dos diversos acontecimentos e a pedir opiniões para se melhorar.

Atenção: Com isto não pretendo dizer que tudo corra bem na APP.Sou contra as multas. Sou contra o desleixo da modalidade por muitos.

AGORA PERGUNTO (serei bafejado por uma resposta?):
Alguém sabe porque é que não se vai realizar o Estágio da FPP?
Basta dizer que não estava no calendário?
Alguém (clubes, atletas, treinadores) tem conhecimento oficial, em Fevereiro de 2007, do plano de trabalho da FPP para as selecções no ano de 2007?

FAÇO NOTAR UMA COISA:
Estou a dar a cara. Não me refugio no cobarde anonimato.
Faço-o em nome dos Princípios de Vida que sempre defendi e defendo. Se evenualmente ofendo alguém não é essa a intenção.

Não gostam de mim assim.Com Princípios. Não faz mal!
Sem qualquer intenção de comparação(apenas a ideia): Jesus que é o filho de Deus, não agradou a todos, como é que eu, simples mortal, posso ter a pretensão de ser Unânime e agradar aos demais mortais?

Por fim:
Pode haver algum excesso de linguagem relativamente aos oportunismos e às coutadas.
No entanto, estas, porque de longa data, fazem com que os constantes silêncios potenciem especulações e nos faça interrogar do motivo de não haver ninguém que tenha cuidado com a imagem da FPP e com o tratamento privilegiado dos utentes.

É só isso!

PRECISA-SE: Pluralismo, debate, clareza na afirmação dos projectos

Não sei se sabem mas estava agendado, nas férias do Carnaval, um estágio de livres, organizado pela FPP para atletas (internacionais?) com o treinador Gabriel Quirini.

Tal estágio apareceu no site da FPP (no plano de trabalho).
De um momento para outro desapareceu, ninguém disse nada.
O costume…

Por estranho que pareça, já nada nos impressiona na "performance" da FPP.

Penso que o que a FPP precisa é de Pluralismo, debate, clareza na afirmação dos projectos e mais discurso virado para os utentes (clubes, atletas e treinadores). Conceitos que hoje todos as pessoas vêem como naturais e saudáveis para o fortalecimento de uma cultura desportiva mais adaptada à modernidade e emancipada dos preconceitos e constrangimentos do passado.

O resto, que é muito, aparece depois, por acréscimo, devagarinho mas seguramente, independentemente de quem em cada momento passa pela FPP.

Agora, aquilo mais parece uma “coutada” de oportunismos…

terça-feira, fevereiro 13, 2007

O Juiz Exigente

Um estimado leitor defende que:
"Não é a facilitar isto ou aquilo que a patinagem progride"

Não tenho essa frase como certa. Aliás, bem vistas as coisas considero-a um erro de perspectiva.

A Patinagem Artistica progride (quando estão a ajuizar provas de promoção e iniciação) com juizes intolerantes (alegamente exigentes)? Penso que não. Antes pelo contrário.
Um bom juiz nada tem a ver com um juiz dito exigente.
Algumas das minhas razões (com base na aberração do cartão verde e do vermelho):
1- prejudicar os atletas porque se é intolerante ao erro, enquanto juiz: Isso sim, isso é que não ajuda a progressão da patinagem.

2- obrigar o cumprimento rigoroso dos regulamentos a crianças de 10 anos, quando os próprios adultos não os cumprem (por exemplo, os juízes não chegam meia hora antes da prova ou vêm fardados como lhes apetece), dá que pensar.
Isso é que não ajuda a progressão da patinagem.

3- ser-se exigente como juiz é: saber as regras e aplicá-las com bom senso e bondade. Ser-se exigente como juiz é: fazer um esforço para compreender o mundo que nos rodeia.

4- Seguramente que não é ser-se intolerante para crianças de 10 anos.
5- Ser bom juiz é interiorizar que apenas saber as regras técnicas não chega.
Quem sabe só as regras técnicas, nem essas regras sabe. Pois, não as sabe interpretar, logo não as sabe aplicar.

6-Quem só olha para os regulamentos (para mais os da patinagem artística que são autênticos abortos) é cego. Pois não vê o mundo como ele é.

7- Reprovar um atleta na prova de promoção só porque ele fez um Choctaw um bocado aberto ( em comparação ao género do da dança) é errar profundamente. Não compreender isto é grave para um juiz.

8- Quem tiver profundos conhecimentos técnicos, mas não for capaz, por insensibilidade ou rigidez de espírito, de compreender o essencial na modalidade não pode ser juiz.

9-Quem não percebe que uma criança de tenra idade naturalmente falha, falha essa desculpável : não pode ser juiz.
10-Quem não percebe que as crianças neste período de aprendizagem da vida são fisicamente inseguras, (e por isso cometem erros de execução). Insisto: erros relativos ao processo de aprendizagem e por isso normais: não pode ser juiz .

11-Quem não perceber o que é estar nervoso e as suas implicações, não pode ser juiz.

12-Quem não compreender que estar com 10 anos no meio de um rinque (por sinal enorme, em comparação com a experiência de vida do atleta), só por si, faz tremer as pernas como varas verdes. Não pode ser juiz.

Enquanto não se compreender isso, não se ajuda a progressão da patinagem.

Todos sabem isto: Ajuda na progressão da modalidade o bom senso.
O contrário de rigidez é a adaptabilidade.
Capacidade de ajuizar de forma coerente os diferentes estilos e atletas de todos os escalões e nos vários graus de aprendizagem, é o verdadeiro desafio de um verdadeiro Juiz.

Há diferenças enormes entre bons juízes e aqueles que falham na maioria dos domínios mais importantes da competência do ajuizamento.

Os juízes em Portugal nunca pararam para pensar.
O que se nota na maioria dos casos, e que demonstra uma fraqueza fatal é na arrogância demonstrada.

Vem-me à cabeça isto: Princípio de Peter: Demasiada Universidade, pouco Jardim-infantil.
Sem pretender ofender e com todo o respeito por opinião diferente: o Principio de Peter ajuda a perceber como é que tanta gente agressiva, sem ideias e totalmente inepta a compreender o mundo, se encontra em lugares de responsabilidade.
Os juizes de patinagem em Portugal devem-se questionar. Devem perguntar qual é o seu papel na modalidade

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Um novo ciclo se abriu

A Comissão Técnica Nacional disponibilizou toda a documentação fornecida ao C.N.J.C. durante a Reciclagem Anual de Juízes Nacionais:
Guia de ajuizamento
Guia de actuação
Regras técnicas
Tabela de saltos
Tabela de piões
Tabela de programa curto
Base de Dança
Danças 2007 – Pares de Dança
Danças 2007 – Solo-Dance

Esta documentação encontra-se actualizada vindo substituir as versões antigas.

Comentário:
Iniciativas como esta são de saudar. Penso que já não era sem tempo...
Quero expressar aqui, publicamente, o meu reconhecimento pelo trabalho de fundo efectuado.
Permito-me chamar a atenção ao conteúdo da matéria, pois é muito importante para a modalidade. Penso que agora mudamos de ciclo.
Na nossa posse temos documentação que, longe de se esgotar, é um rumo para todos os treinadores e atletas que devem estudá-la com muito cuidado.
Talvez agora vamos falar a mesma linguagem.
Como disse os treinadores têm agora muito trabalho pela frente.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

A fabriqueta falida

Perguntava no post anterior: A efectiva alavanca da modalidade passa pela formação dos juizes?????

Defendo que a verdadeira alavanca são Acção(ões) de Reciclagem(ns) para treinadores.

Mas acções com efeitos preclusivos para cada época. Quero com isto dizer: se os Treinadores não frequentassem a acção não poderiam ministrar treinos.
Ou seja, quem não frequentasse as acções (no mínimo uma por época) não poderia exercer a função de treinador em cada época.

Em cada acção deveria haver um exame final, para aferir os conhecimentos de cada um.

Fazer a acção apenas para juízes é começar a casa pelo telhado. Trata-se, para mim, de uma evidência. Admito que possa estar errado...
Mas vejam isto:
Para explicar a minha ideia vou empregar uma analogia. Vou utilizar o processo de fabrico industrial de uma qualquer fábrica.

Seria concebível ??? que o “verificador de qualidade” (no nosso caso, os juizes) estivesse no início da linha da produção?

Seria razoável?? pensar que os “Operadores Fabris” (treinadores) que trabalham o material a transformar (produto final para venda) se colocassem no final do processo produtivo.
Da forma como as coisas são relizadas na FPP, pensamos que é assim organizam as coisas.

Numa qualquer fábrica seria impensável que os verificadores de qualidade tivessem uma acção de formação/reciclagem primeiro que os Operadores da linha.
Só mesmo na FPP isso é possível !!Os juizes recebem formação os treinadores não.


Numja fabriqueta qualquer seria inimaginável que fossem alterados os requisitos técnicos dos produtos a fabricar e que os Operadores não tivessem uma acção de formação.
Nessa acção de formação seria explicada as alterações, como deveria o produto ter qualidade, quais os erros a evitar.

Na nossa fábrica (na nossa FPP- ou melhor na deles) não há formação para os Operadores:

Por isso é lógico que, nessa fábrica, os verificadores de qualidade estejam sempre a rejeitar o produto. Os juizes estão sempre a criticar o produto (os atletas).
A razão é simples: o produto não vem de acordo com as especificidades técnicas exigidas.

De quem é a culpa afinal?


Dos Operadores da Linha? Dos treinadores?

Falta dizer que - a trabalhar assim- na nossa imaginária fabriqueta terceiro mundista o produto é praticamente todo para deitar fora (lixo), porque não tem qualidade para ser posto no mercado.

Vamos formar apenas os Verificadores de Qualidade?

Ou vamos despedir os Operadores sem lhes fornecer conhecimentos (com acções programadas) para poderem trabalhar o produto com qualidade?

Assim, a nossa fábrica vai à falência!!!!!! O nosso produto (a modalidade) nuca irá para o mercado...

Falta de formação continua

Todos nós presenciamos durante as provas algumas “exibições” de juízes que nos faz pensar que uma grande parte dos juízes não dignificam a modalidade, nem o ajuizado português.
Existem muitas razões. A que destaco em primeiro lugar, por ser para mim a mais importante: falta de formação continua dos juízes.
Acredito, muito sinceramente, na boa fé e na boa vontade dos juízes.
Tenho verificado que o nível de idades de juízes tem baixado.
Esta poderá ser uma justificação: os mais velhos porque têm uma maior consciência do que fazem, têm vergonha de mostrar a sua ignorância e por isso recusam-se constantemente a ajuizar.
Por sua vez os mais novos, o grosso deles, não se importa de ajuizar provas onde não dominam as regras técnicas.
Vão porque não estão na idade de se envergonhar de nada (fazem bem, há idades para tudo), mas no fundo não têm bem a consciência do mal que fazem à modalidade, à Patinagem Artística porque a estão a descredibilizar.
Se me perguntarem de quem é a culpa? Direi que são os responsáveis federativos, que para além de não fazerem cursos têm andado a negligenciar a modalidade.

Em resumo: A Acção de Reciclagem dos Juizes foi muito importante.
Deveria haver Acção(ões) de Reciclagem(ns) igual(is) para treinadores.
Com igual efeito, ou seja quem não frequentasse estas acções não poderia exercer a função de treinador esta época de 2007.
A efectiva alavanca da modalidade passa pelos juizes?????
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